Ano Novo

Há um ano escrevi as minhas resoluções para o ano 2016. Tinha tantas ideias e projetos. Essa lista incluía “ser feliz, comer comida saudável, fazer ioga para ficar mais forte, ter mais ferramentas para ser a mãe que desejo ser, escrever mais, fazer mais amigos, ser mais organizada e arrumada”. Concretizei todas estas resoluções.  Outras resoluções, mais a nível profissional, não consegui concretizar.

Neste ano novo têm-me dito frases do género: “este ano que passou foi para esquecer” e “este ano será melhor para ti”.  Custa-me ouvir isto. 2016 não foi para esquecer, muito pelo contrário. Ter cancro não está sempre e infinitamente ligado a sofrimento. Estou grata por ter passado por esta experiência, por ter tido a força para a encarar de forma tão positiva. Estou grata por esta doença me ter mostrado quem eu sou na realidade, o muito bom, que eu desconhecia, e o muito mau, que eu esquecia. Não podemos querer as coisas boas sem passarmos pelas coisas menos boas. E o mau não é sempre só mau. Este ano será melhor para mim simplesmente porque passei por um ano de incrível auto-conhecimento, de dar valor ao que realmente merece valor, a ter consciência do que é amor incondicional, a não tomar a vida por garantida. Isso não significa que 2016 tenha sido um ano mau. Sinto-me mais saudável, mais crescida, mais humilde, mais forte. Não são razões para celebrar? O menos bom já passou.  A minha mente já filtrou esses momentos e captou o bom.

Resoluções para 2017?
Usar as ferramentas que obtive durante este processo para ser ainda mais feliz. Sem grandes expectativas, sem grandes ambições.
Semear boas sementes e, com paciência e carinho, vê-las florescer.
Viver.
Apreciar o mundo onde vivo.
Apreciar os clichés da vida.
Amar.
E sorrir muito.

Deixe um comentário